“Existem menos de 30 videolocadoras ainda espalhadas pelo Amapá”

Ainda existem 05 videolocadoras em Santana
Segundo um relatório divulgado recentemente pela UBV (União Brasileira de Vídeo), havia quase 14 mil locadoras no Brasil entre 2003 e 2005. Porém, em 2009, esse número caiu para cerca de 6 mil. Atualmente (2015), já são menos de 4 mil locadoras espalhadas em todo o país. 

Um saldo negativo para aqueles que um dia já investiram – ou aqueles que ainda investem nesse ramo de entretenimento doméstico. Para se ter uma ideia, no início do século (entre 1999 e 2001), haviam cerca de 150 estabelecimentos que trabalhavam na área de videolocadora no Estado do Amapá. 

De acordo com Márcio Fernandes, que é ex-presidente do Sindicato dos Proprietários de Videolocadoras no Estado do Amapá (Sindvideo/AP), essa queda foi causada principalmente pela comercialização da pirataria. 

“Até 2005 ou 2006, o comércio ilegal de CD’s e DVD’s piratas era limitado aqui no Amapá, tanto que a Polícia Civil realizava constantemente apreensão de material pirata, mas depois isso perdeu o controle, e muitos donos de locadoras não suportaram essa concorrência desleal e mudaram de negócio. Se tiver muito, deve existir menos de 30 locadoras espalhadas por todo o Amapá”, explicou Márcio. 

No município de Santana, segunda maior cidade do Amapá, que já manteve esse ramo com mais de 10 videolocadoras, hoje, existem somente cinco (05) estabelecimentos que trabalham na locação de filmes, tanto catálogos como de lançamentos. E sabendo que a pirataria descontrolada de filmes vem demandando diariamente, e a crise econômica do país ainda contribui pela redução nos gastos familiares, os donos dessas videolocadoras buscam criar promoções e descontos para driblar esse “forte inimigo”. 

Uma sugestão divertida para o final de semana
“A gente procura oferecer um filme convencional por R$ 2,00 e um lançamento por R$ 3,00 dando direito pro cliente levar outro filme como brinde, justamente pra não perder na promoção”, disse um funcionário de uma videolocadora situada no Centro de Santana. 

O mesmo funcionário da videolocadora (que se reservou de não citar seu nome) acha que a culpa pelo fechamentos de dezenas de estabelecimentos de locação de filmes no Estado tem participação da própria justiça amapaense. 

“A nossa Justiça mesmo (do Amapá) sabe que tem um monte de gente vendendo filmes piratas pelos centros de Macapá e Santana e não procura fazer nada. A venda ilegal é tão descarada que tem pessoas vendendo na porta de supermercados aqui de Santana e ninguém fez nada até agora e nem vai fazer”, questionou. 

Vale lembrar que baixar filmes da internet é crime. E a lei 10.695/03 (artigos 184 e 186) do Código Penal estabelece que a reprodução ou distribuição ilegal de músicas, vídeos, livros, obras de arte ou programas de computador, inclusive por meio da internet, para ter lucro, prevê pena de dois a quatro anos além de multa.

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