Passageiros ficam mais de uma hora entre coletivos “quebrados”

Ônibus quebrou em local mal-iluminado e perigoso
Um dia após o blog “Santana do Amapá” publicar uma matéria sobre a precariedade existente no sistema de transporte público nas duas maiores cidades amapaenses (Macapá e Santana), um fato que podemos assim considerar bastante inusitado ocorreu na noite deste sábado (11/07), no distrito de Fazendinha, deixando mais de 120 pessoas em situação de impaciência e indignação por parte da empresa “Sião Thur”, que responde pela concessão do transporte intermunicipal entre essas duas cidades. 

Por volta das 20 horas, um coletivo público que presta serviço para a referida empresa, carregando um número excessivo de passageiros que seguiam para o município de Santana, começou a apresentar problemas mecânicos quando já estava saindo do referido distrito balneário, forçando o seu motorista a parar o veículo nas proximidades do Ceta Ecotel (um renomado estabelecimento hoteleiro situado na Fazendinha), fazendo com que dezenas de passageiros desembarcassem desnecessariamente em via pública para aguardarem por outro coletivo. 

“Tivemos que descer do ônibus numa rua pouco iluminada e que ainda estava cheia de bares com pessoas bebendo que ficavam toda hora olhando e se aproximando ‘pra’ gente, como se quisessem pegar algo de nós”, contou a lojista Aline Ribeiro, que vinha no mesmo ônibus que parou por problemas mecânicos. 

Próximo dali (detalhe, no canto), havia outro ônibus
intermunicipal também "quebrado"
Segundo a lojista, os passageiros temiam qualquer ação momentânea pelo local onde ficaram aguardando por outro coletivo, em virtude dos constantes crimes que já teriam ocorrido nas proximidades. “Ficamos sentados no pátio da casa de uma senhora que nos contou que ninguém costuma sair nas ruas depois das sete da noite com medo de ser assalto por ali. Imagine como ficamos apavorados quando ouvimos isso”. 

O local questionado pela lojista é a mesma rua que um dia já funcionou uma delegacia de polícia que atendia o distrito de Fazendinha e adjacências, mas que foi desativada em razão do prédio da delegacia não oferecer mais condições físicas para abrigar o policiamento, deixando o local sob o domínio da criminalidade descontrolada que vem assolando os moradores. 

Outro ônibus “quebrado”
Depois de descerem do coletivo que estava com defeito, os passageiros se surpreenderam com uma situação quase inacreditável: havia também outro coletivo intermunicipal “quebrado” mais à frente e que estava parado no acostamento da mesma rua, porém, na pista oposta (no sentido de está seguindo para Macapá), distante a pouco menos de 100 metros do 1º ônibus já “quebrado”. Na visão de quem estava presente no local, o fato daria a entender que a chegada de outro ônibus iria demorar muito mais do que imaginavam. 

“Contando é quase impossível de alguém acreditar, mas deparar com outro ônibus da mesma linha quebrado faz qualquer pessoa pensar duas vezes antes de sair de casa nos finais de semana”, disse o acadêmico Elielton Gonçalves, que estava no coletivo que já vinha da cidade portuária e seguia para a capital amapaense. 

Com a chegada de outro coletivo (que já estava
lotado), poucas pessoas conseguiram embarcar.
Segundo informações, havia cerca de 60 pessoas em cada coletivo público, tudo em virtude de estarem vindo de compromissos familiares e de trabalho naquele horário, já que no período de férias (mês de julho) a frota de ônibus é reduzida significativamente. 

Ônibus quebram diariamente
Segundo a moradora Rosineide de Jesus, que reside nas proximidades do local onde se encontravam os dois coletivos intermunicipal “quebrado”, a mesma situação ocorreu mais cedo com outro ônibus que faz o mesmo itinerário. 

“No início da tarde um ônibus que vinha de Santana ‘deu prego’ quase na curva da igreja (situada em frente ao Ceta Ecotel), e desceram um monte de passageiros que chegaram até a discutir com o motorista e o cobrador, como se eles tivessem alguma culpa”, contou a moradora, que ainda afirmou que os passageiros desse coletivo aguardaram por mais de uma hora pela chegada de outro coletivo. “O ônibus que veio logo depois quase não parou para as pessoas por que já vinha lotado, mas teve que parar, senão o pessoal ia jogar pedra nele”. 

O blog tentou mais uma vez entrar em contato com a gerência da referida empresa de ônibus pelo telefone 3281-2116 para buscar esclarecimentos sobre o tal episódio, mas não conseguimos êxito.

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