Inacreditável: Prazo de concessão da CEA terminou hoje

Prazo de concessão expira hoje
Pode parecer coincidência demais ou a própria Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) estava prevendo que um dos mais longos “apagões” – ocorrido na manhã desta quarta-feira (08/07) – aconteceria justamente no dia em que seu pedido de concessão encerraria. 

Por que foi exatamente no dia 06 de julho de 1999 que o então ministro das Minas e Energia Rodolpho Tourinho Neto (um dos homens de confiança do Governo FHC) sancionou a Portaria Ministerial n.º 240, prorrogando pelo prazo de vinte (20) anos, contando a partir de 08 de julho de 1995, a concessão para distribuição de energia elétrica para a única empresa que comercializava o referido produto no Estado do Amapá, garantindo assim, os direitos para que pudesse manter dignamente um compromisso coerente e sério junto ao povo desse Estado. 

Porém, não é bem isso que essa estatal vem demonstrando nos últimos tempos (digamos principalmente nos últimos seis ou sete meses), quando as consequências da chama “Gestão Compartilhada” feita no governo Camilo Capiberibe começaria a trazer os piores indicadores de consumo elétrico da história energética do Amapá. 

Para quem não sabe, no final de 2014, a CEA mantinha quase 2.600 colaboradores, onde mais de 70% correspondia à classe de trabalhadores terceirizados, composta por profissionais que já atuavam nos setor elétrico do Estado há mais de três décadas e não apenas já conheciam a rede de distribuição elétrica, como também buscavam de todas as formas solucionarem os problemas existentes nessa área. 

Outros 10% eram denominados de cargos comissionados que a estatal mantinha como funções auxiliares, onde estendiam seus trabalhos em áreas administrativas e executivas da empresa. 

Porém, em dezembro passado, a diretoria “compartilhada” da CEA decidiu por dispensar de uma única vez toda a classe terceirizada e os comissionados, sem observar cautelosamente que o ato viria a causar essas consequências sociais que estamos atualmente vivenciando, ficando apenas com cerca de 20% desse total, que na verdade corresponde ao seu quadro efetivo, e que, segundo já podemos notar publicamente, não estariam dando conta desse acúmulo diário de problemas na distribuição elétrica, fatos que vem sendo constantemente destacado pela mídia. 

“E até quando vai continuar essa palhaçada?”, perguntou indignado o deputado estadual Pedro da Lua, no plenário da Assembleia Legislativa do Amapá, algumas semanas atrás quando já se viu no limite desses “piscas-piscas de luzes”, chegando até mesmo a organizar uma audiência pública para tratar dessa questão, onde o “cacique” da estatal amapaense – o Engenheiro Ângelo do Carmo – teve que comparecer para dar satisfações da real situação alarmante que agora chegamos a viver, onde acabou jogando a culpa no ex-governador Camilo Capiberibe (o mesmo que levantou a bandeira de apoio para essa “gestão compartilhada”), mas não deu qualquer explicação que viesse a sanar esses “apagões”. 

Isso deixa mais do que claro (esse “claro” não em termos elétricos, e sim, cientes!) que essa novela ainda deve se estender por muito mais tempo, levando o povo amapaense a sofrer ainda mais com uma tarifa das mais caras do país, porém, com um fornecimento de energia elétrica dos mais deficientes que estamos vivendo. 

Que nesse momento tão desastroso que a CEA vem atravessando é que vale a pena uma CPI (tanto no âmbito estadual como federal) para entrar em ação e puxar “a fundo” os males internos dessa estatal e assim trazer de volta aquela tranquilidade institucional e social que um dia fez com que a CEA fosse muito mais respeitada por aquele povo que a criou há quase 60 anos.

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