Posteamento e Avenida que embelezam Santana

Lateral da via serve para longas caminhadas
Quem trafega diariamente pela principal Avenida do município de Santana – em especial, pelo trecho que vai do Quartel do Corpo de Bombeiros até à Praça da Bíblia –, não imagina um pedaço importante da nossa história recente que passa despercebido pelos nossos olhos. 

Aberta ainda na década de 1960, para servir de meio terrestre entre a capital amapaense e o então porto de escoamento de minérios da extinta mineradora ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios Ltda), a Avenida Santana ainda é vista como referência de lazer e esporte por parte da população santanense, que utiliza o meio-fio da via para longas caminhadas e passeios familiares. 

Com o crescimento populacional a partir da década de 1970, um lado da Avenida logo passaria a ser habitado, enquanto que no outro lado, existiria apenas os limites de uma empresa que explorou e exportou por décadas um minério de alto teor, contribuindo significativamente para a economia do Amapá. 

Arborização que também enfeita a avenida
Mas em paralelo com a área delimitada da empresa, surgiria uma extensa rede de posteamento de concreto que distribuiria energia elétrica para uma parte da Vila Maia. Implantados entre 1974-75, esse posteamento mantém viva um importante pedaço da evolução histórica da eletricidade no Estado do Amapá. 

“A Usina do Paredão ainda não estava oficialmente funcionando, mas colocamos esse posteamento para estender uma rede elétrica que atendia pouco mais de 100 casas na Vila Maia. Somente depois que o Paredão entrou na ativa, a ICOMI preferiu manter essa rede para a população”, conta Ernesto Ferreira, aos 74 anos, funcionário aposentado da mineradora ICOMI, na qual integrou uma equipe de operários que efetuou um estudo de campo para avaliar as condições técnicas das residências que seriam beneficiadas com o fornecimento de energia elétrica. 

“Antes de aparecer esse posteamento, havia um número limitado de casas da Vila Maia que recebiam energia elétrica fornecida pela ICOMI (não passava de 30 ou 40 casas). Como a empresa ajudava na construção do Paredão, a CEA firmou uma parceria com a ICOMI para garantir energia elétrica para uma quantidade maior de casas quando a hidrelétrica entrasse em atividade”, detalhou o aposentado. 

Com mais de 80 postes erguidos ao longo de quase 2km da popular Avenida Santana (chegando até à saída da cidade, no início da Rodovia Duca Serra), a lateral da pista que cerca a antiga mineradora passaria por constantes adaptações de arborização e conservação dessas vias, surgindo com o passar do tempo, um calçamento com paradas de ônibus e academias ao ar livre, sem deixar de alterar a visão urbanística mantida com as históricas estruturas ainda existentes. 

Não se pode deixar de elogiar o trecho, mesmo que mantendo um posteamento com mais de quatro décadas de história urbana, caminhando ao lado de uma das avenidas mais conhecidas e conceituadas do município santanense, que também escreve seu nome há quase meio século de existência. 

“Mesmo carente de maior atenção e com algumas falhas físicas, ainda será uma ótima opção social e familiar”, conceituou o professor de educação física Marcos Amaral, que utiliza o espaço semanalmente com sua namorada. 

A iluminação noturna ajuda na beleza urbanística
Um Cartão Postal
No horário da noite, a visão que temos da Avenida Santana já é outra: além de visivelmente iluminada, com um número excessivo de frequentadores, alguns passeando, outros fazendo alongamentos e caminhadas. 

Para o acadêmico Rogério Soares, que frequenta assiduamente a Avenida Santana para praticar exercícios, acha que as autoridades deveriam reconhecer e valorizar melhor o trecho, buscando formas de desenvolver uma política econômica no local. 

“Se observarem existe oito (08) pontos comerciais entre a Praça da Bíblia e o Quartel da Polícia Militar de Santana, que poderiam ser investidos para quem passeia ou caminha por aqui, mas preferem ficar fechados. Se a prefeitura ou a Câmara de Vereadores dessem em cima da situação, eles teriam uma visão de lucros muito boa”, disse o acadêmico, que ainda sugestionou uma ideia ao legislativo santanense: “Se criassem uma lei municipal que transformasse esse pedaço da Avenida Santana num tipo de cartão postal da cidade, acredito que novos empreendimentos investiriam no local”.

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