Funcionários da Zamin Amapá paralisam por tempo indeterminado

Decisão de paralisar veio através de assembleia
Trabalhadores da empresa de mineração Zamin cobram salários atrasados há mais de três meses, além de outros benefícios trabalhistas como vale-alimentação e vale-transporte, que não estão sendo repassados há quase quatro meses, assim como também a mineradora não estariam depositam regularmente o FGTS de seus funcionários. 

Segundo os funcionários, foram várias tentativas de negociação e diversos atos de manifestações realizados no portão de entrada da mineradora, localizada no município de Santana. Como não houve qualquer resposta positiva por parte da Zamin, realizaram na manhã desta quarta-feira (18), uma assembleia com dezenas de trabalhadores, onde decidiram pela paralisação coletiva dos trabalhadores por tempo indeterminado. 

Na reunião ocorrida no Sindicato dos Trabalhadores Extrativistas de Minérios do Amapá (STEMAP), os mais de 380 funcionários também apresentaram inúmeras reclamações relacionadas às condições de trabalho na empresa, entre elas, a imprudência técnica por parte da empresa em não realizar manutenção periódica nos trens e nos trilhos utilizados pelos trens, na qual apresentam constantes registros de acidentes de descarrilamentos ferroviários em virtude dessa falta de manutenção. 

“A situação está precária. Os trilhos já não oferecem mais condições para trafegar e constantemente acontecem descarrilamentos. Sem falar que os trens estão funcionando sem radiocomunicador, podendo causar qualquer acidente fatal nesse trecho de Santana a Serra do Navio. Só Deus mesmo pra nos proteger”, contou o maquinista Lindoval Santos. 

Para o presidente do STEMAP, Paulo Façanha, a situação já chegou a um ponto inaceitável, na qual aguardarão uma última resposta da diretoria da mineradora para que logo ingressou com uma ação judicial e intervir administrativamente na situação. 

“Já formalizamos um documento para encaminhar urgentemente para a diretoria da empresa, pedindo a atualização desses direitos dos trabalhadores o quanto antes, se não iremos recorrer para um grau mais rígido, que é a justiça”, falou Paulo Façanha. 

Em nota divulgada pela assessoria de comunicação da empresa, a diretoria informou que nos próximos dias estará apresentando uma proposta de regularização salarial para seus trabalhadores. Com relação à paralisação dos serviços da ferrovia, a diretoria da Zamin informou que tal paralisação se fez necessária em virtude de um alagamento terrestre situado nas proximidades do município de Pedra Branca do Amaparí, na qual a empresa já está tomando todas as providências de recuperação do trecho, mas ainda não há previsão de normalização para reutilização dos trens. 

Fim da concessão da EFA
No início dessa semana, o Governo do Amapá, através de sua Procuradoria Geral (Prog), solicitou a caducidade do contrato de concessão e exploração da Estrada de Ferro do Amapá (EFA) que atualmente se encontra sob a responsabilidade da empresa indiana Zamin. De acordo com a Prog, a paralisação dos trens têm causado danos operacionais, sociais e econômicos para o Estado. 

“Enquanto ela (a Zamin) não decide por uma previsão de retomar com o funcionamento da ferrovia, centenas de agricultores e colonos estão sendo prejudicados por não poderem trazer seus produtos para as feiras livres de Macapá e Santana. Assim como também empresas que estão interessadas em assumir a concessão e reativar esse sistema ferroviário”, explicou o procurador do Estado Narson Galeno.

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