Duas em cada cinco motos embarcadas no Porto de Santana são roubadas

Matéria publicada no Diário do Amapá, sobre os constantes furtos de motocicletas em Macapá, que são levadas clandestinamente para outros Estados

Duas em cada cinco motocicletas que são colocadas em embarcações no Porto de Santana e que seguem para outros estados são produtos de furto e roubo. A constatação é de um agente do serviço de inteligência da Polícia Civil que conversou com a reportagem do Diário do Amapá, mas pediu para manter sua identidade em segredo.

Segundo o agente, dificilmente as embarcações exigem a apresentação de documento dos veículos. "Se você chegar em uma moto faltando 10 minutos para a embarcação desatracar do porto você passa livremente sem ser incomodado. O fato é que esse tipo de crime tem, sim, a conivência de muitas pessoas que trabalham nesse setor" afirmou.

O agente se refere as propinas que são pagas, segundo ele, por elementos que representam quadrilhas. "Ninguém fala sobre isso por parecer ferir o ego da própria polícia. Só que a culpa não é da polícia e sim da falta de uma política que instalasse ali, por exemplo, uma alfândega. Não existe qualquer tipo de fiscalização sobre o que entra ou sai do porto de Santana. Isso explica também o tráfico de drogas. Muitas dessas motos e até carros são moeda de troca. Eles roubam as motos, colocam nos barcos e mandam para outros locais. Na contramão os traficantes enviam as drogas pelos mesmos barcos. Isso é fato amigo" confirmou. 

Enquanto a reportagem do DA conversava com o agente no porto, uma guarnição do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM) retirava uma motocicleta 125cc de dentro de uma embarcação. A moto havia sido furtada em Macapá um dia antes. "É isso ai o que acontece. Essa é a maior prova do que estou divulgando aqui hoje" concluiu o agente.

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